Celso Cunha

Celso Cunha (1917-1989) foi filólogo e ensaísta. Doutor em Letras e Livre-docente em Literatura Portuguesa pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Celso Cunha deu contribuição essencial para o estudo dos cancioneiros, fundamentais para o conhecimento da origem e evolução da língua. Outra vertente dos seus estudos está nas inúmeras gramáticas que escreveu, a começar pelo Manual de português, publicado em 1965 e com muitas reedições. Fazia o roteiro para os vários níveis de ensino aos quais se dedicava no Colégio Pedro II e na Faculdade de Filosofia. Editou uma Gramática do português contemporâneo (1966), uma Gramática moderna e uma Gramática da língua portuguesa (1972). Seu último trabalho de vulto foi a Nova Gramática do português contemporâneo, escrita em colaboração com Luís Filipe Lindley Cintra, da Universidade de Lisboa. O livro trabalha na chamada linguística contrastiva, que busca um código contrastivo da lusofonia. Nele se examinam, pela primeira vez, em confronto, as normas brasileira, portuguesa e africana do idioma.

A terceira vertente da obra de Celso Cunha é a de ensaios com reflexões sobre a língua, entre os quais os livros Língua portuguesa e realidade brasileira, A questão da norma culta brasileira, Uma política do idioma, Conservação e inovação do português no Brasil, Língua, nação, alienação e Em torno do conceito de brasileirismo.

Foi membro da Comissão Machado de Assis, encarregada de elaborar a edição crítica das obras do escritor, e da Comissão para fixação da Nomenclatura Gramatical Brasileira, em 1957; presidente do Grupo de Trabalho, criado pelo ministro da Educação e Cultura Nei Braga, destinado a apresentar sugestões objetivando o aperfeiçoamento do ensino do Português, em 1976; revisor do texto da atual Constituição do Brasil, a convite da Assembleia Constituinte, em 1987.

Recebeu o Prêmio José Veríssimo (Ensaio e Erudição) da Academia Brasileira de Letras (1956); o Prêmio Paula Brito, da Prefeitura do antigo Distrito Federal (1958); o Prêmio Moinho Santista de Filologia (1983).

Obras: